segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008


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COLUNA Geraldo Câmara

(24/02/2008 18:36)
Quem matou a crença do povo?

Não existe pior situação do que o descrédito, seja qual for e em que situação estiver acontecendo. Mas é tenebroso quando a falta de crença ocorre em massa e contra algo ou alguém em quem é preciso acreditar. A classe política, que sempre existiu e que sempre teve no seu seio os seus próprios algozes, enfrenta a última década de maneira bem mais em proeminência porque a imprensa acordou e tornou-se investigativa; porque o povo entendeu e passou a discutir as mazelas da política brasileira; porque todos passaram a conhecer melhor as artimanhas de muitos políticos para burlar a lei, para desviar numerários do povo, para cometer atos de improbidade jamais conhecidos com tanta clareza. Nunca se viu, com tanta persistência, ações da Polícia Federal investigando, buscando o crime, prendendo gente que jamais pensara em se ver algemada, abrindo o jogo na imprensa, sem ver cara e sem ver coração. A banalização dos crimes de colarinho branco passou a ser perseguida e os objetivos definidos e alcançados, se não ainda na esfera do judiciário, mas, sem dúvida, na esfera policial. Essa verdadeira cascata de malfeitos começou gradativamente a tirar a fé do povo brasileiro e vê-lo desejoso de assistir a condenações dos que o roubaram descaradamente. Isto tudo, sem dúvida, trará reflexos nas eleições municipais, principalmente no estado de Alagoas, até porque, a vivência do desenrolar dos fatos, vem fazendo com que o esclarecimento do eleitor passe a fazer parte da eleição que virá. A compra do voto, essa prática absolutamente totalitária e anti-democrática, será bastante diminuída em 5 de outubro e a parada para pensar no que sobra de políticos ou nos que virão por aí, sem dúvida poderá ser, ou não, a recuperação da crença do povo na democracia brasileira.

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