segunda-feira, 5 de maio de 2008

ESTE SAIU NO ALAGOAS EM TEMPO

A GRANDE INTERROGAÇÃO
Geraldo Câmara


Impossível fazer qualquer avaliação ou usar de premonição sobre as eleições municipais de 2008. Principalmente em Alagoas, as coisas estão mudando com uma incrível rapidez, com uma dinâmica impressionante e, sem dúvida, as conseqüências serão estabelecidas em cima das eleições municipais.
O impacto das diversas operações de investigação realizadas pela Polícia Federal, com o respaldo do Ministério Público, da Justiça e já da sociedade como um todo está fazendo com que as pessoas discutam política e ética, o que já não faziam há um bom tempo, naturalmente desestimuladas pela instituição da impunidade, com base, sobretudo, na famosa excrecência política que é a imunidade. As aparições diárias de deputados e outras autoridades como criminosos em diversas áreas tem sido o estimulador para que a imprensa vá colocando pílulas de conhecimento e de discussões no seio de uma população que estava mais para a apatia do que para a participação na vida política do estado.
É exatamente este estado de coisas que está mudando gradativamente nas Alagoas. A população já sabe que pode contar com determinadas instituições que estão gerando punições para os crimes de improbidade, de peculato, de formação de quadrilha e de tantos outros que nem precisamos enumerar. A sociedade já constata, com o afastamento de deputados indiciados que a justiça começa a se fazer merecedora do crédito que lhe é devido e que os maus haverão de pagar nas suas devidas posições.
Uma nova esperança começa a ser a onda da moda. Uma onda do bem, uma onda corretiva que haverá de trazer enormes benefícios para o estado de Alagoas; e que passa a acreditar que nem tudo está perdido e que a única arma para mudar em definitivo o “status quo” cretino e injusto é o voto que será depositado nas urnas no próximo outubro deste ano. Um voto que vai mudar a base de todo o sistema político e que havia sido invertida nos últimos anos. Analisem conosco que, antes, o vereador, mais próximo do povo era eleito e passava a ser cortejado pelos que pretendiam se eleger para deputado estadual e que, por sua vez, era assediado pelos que pretendiam os cargos de deputados federais e senadores. A famigerada compra de votos inverteu o processo e colocou vereadores nas mãos de deputados que passaram a ser – com dinheiro – partícipes da eleição daqueles vereadores.
O que o eleitor pode mudar, agora, em outubro de 2008 é a inversão da pirâmide colocando as coisas nos seus devidos lugares. Elegendo vereadores, homens de bem e compromissados com a base e não com os deputados e senadores. Elegendo prefeitos que estejam ligados a esses vereadores de maneira a conseguirem respaldo para suas ações executivas. E, finalmente, provocando uma outra situação em que os que estejam acima, na pirâmide, dependam das bases para serem eleitos dignamente.
Esta é a grande interrogação para o ano de 2008. Conseguiremos, neste tempo de lavagem de roupa suja mostrar a cada eleitor o seu verdadeiro papel? Se o quisermos, sim. Um papel que começa com você, leitor. Porque você, como nós, formado e formador de opinião, pode desdobrar o seu pensamento com os menos favorecidos; pode explicar a cada qual a quem você tenha acesso, a importância do sistema eleitoral, a magia do voto que mudará a vida de toda uma população e de todo um estado.
Nós somos dos que acreditam que só se consegue um “macro” forte se tivermos “micros” igualmente fortes. “Micros” serão os municípios com seu prefeito e vereadores. “Macro” será o estado, fortalecido por câmaras decentes, por vereadores honestos e por um prefeito que pense mais na sociedade do que no seu bolso.
A fórmula, leitor amigo, é exatamente esta.
A hora, também é esta.
Porque se, com o seu voto, você fizer a revolução, tudo o que está acontecendo neste histórico momento de Alagoas terá valido a pena.

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